A gestão escolar democrática nas escolas é um tema bastante relevante. Mesmo antes da publicação da Lei das Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (Lei Federal nº 9.394/96), havia um entendimento de que a sociedade precisaria participar no desenvolvimento da educação brasileira, garantido assim o direito humanitário e igualitário instituído pela Constituição Federal Brasileira de 1988 (Art. 205). Contudo, a implantação deste modelo de gestão não é fácil! Do ponto de vista prático, é necessário que exista na escola uma equipe técnica multidisciplinar, extremamente integrada e consciente do seu papel, que motive os diferentes atores estratégicos, e saiba desenvolver uma comunicação clara, inclusiva e que auxilie no pertencimento. Outro fator relevante é que os mecanismos desta integração devem respeitar a territorialidade, podendo alguns métodos obterem sucesso em uma determinada região e não obterem êxito em uma outra. Para entender a aplicabilidade da gestão democrática no Cariri Paraibano (Oriental e Ocidental), foram pré-estabelecidas escolas de 06 (seis) municípios a serem investigadas. Estes, tiveram como critério de seleção sua localização dentro da microrregião, objetivando cobrir seu centro e extremos. Em cada um deles, 01 (uma) escola foi selecionada para aplicação de questionários estruturados. Os entrevistados foram pré-categorizados, tendo questionamentos específicos para cada uma delas. Para as categorias de quantitativo elevado (estudantes), a amostra foi estabelecida utilizando um percentual mínimo de 45% sobre o universo existente. Para manter a aleatoriedade, se aplicou o sorteio de indivíduos a serem entrevistados. Os resultados demonstraram que a comunidade escolar pouco conhece sobre legislação na área da gestão democrática da educação e a ausência deste conhecimento, por parte dos atores estratégicos, dificulta o desenvolvimento dos trabalhos coletivos nas escolas, indo ao desencontro do que propunha Alexander Neill, com sua pedagogia liberária (GAUTHIER e TARDIF, 2010). Somado a isto, as escolas pesquisadas tiveram seus documentos técnicos de planejamento (Plano Político Pedagógico) construídos de forma não participativa, o que dificulta ainda mais sua aplicabilidade. Com esse resultado, percebe-se que o funcionamento dessas escolas tornase falho, a comunicação entre os entes que formam a comunidade escolar não está eficiente, o que reduz a construção de indivíduos socialmente conscientes. Então, uma mudança sólida deste cenário é fundamental para a redução da situação atual. A comunidade escolar deve estar unida – através do diálogo contínuo e de uma comunicação eficaz – para suprir as necessidades da instituição, de modo que ofereça diferentes estratégias de fazer educação.

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